20 de setembro de 2024
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A cada seis horas uma mulher morre por feminicídio no Brasil

Dados alarmantes expõem a realidade da violência contra a mulher

A coordenadora do Núcleo Institucional da Cidadania da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul, delegada Maíra Pacheco Machado, fez um alerta urgente sobre a violência contra a mulher no Brasil: a cada seis horas, uma mulher é assassinada em decorrência de feminicídio. A denúncia foi feita em um vídeo gravado para o Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul, como parte das ações do “Agosto Lilás”, mês dedicado ao combate à violência contra a mulher.

“Os dados são alarmantes”, afirma a delegada. “Quatro mulheres são assassinadas a cada dia no país por causa do gênero”.

A delegada Maíra, que atua há mais de uma década na linha de frente contra os abusos às mulheres, explica que a violência doméstica se manifesta em ciclos: “Começa com o romance, a idealização do parceiro, mas, infelizmente, evolui para discussões verbais, físicas e, em casos extremos, para a prática do feminicídio”. Ela destaca que os cinco tipos de violência doméstica – física, moral, psicológica, sexual e patrimonial – se entrelaçam e podem culminar em tragédias.

“É preciso entender que a violência doméstica não escolhe classe social”, enfatiza a delegada. “Mulheres de todas as idades, etnias e classes sociais são vítimas dessa crueldade”.

A delegada destaca que o aumento das denúncias é um sinal positivo, demonstrando que as mulheres estão mais confiantes em buscar justiça e apoio. “As vítimas precisam saber que elas não estão sozinhas e que existem leis e mecanismos para protegê-las. O medo e o silêncio não podem ser obstáculos para que elas denunciem e busquem ajuda”.

Palestra alerta para a prevenção e repressão da violência

O Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul (TCE-MS) promove na próxima quinta-feira 22, a palestra “Prevenção e Repressão da Violência contra a Mulher”, com a delegada de polícia especializada em Atendimento à Mulher, Fernanda Barros Piovano.

A iniciativa faz parte do Movimento “Agosto Lilás”, campanha de conscientização que visa combater a violência contra mulheres e meninas, em alusão ao aniversário da Lei Maria da Penha, instituída em 6 de agosto de 2006. Em 2024, a Lei completa 18 anos.

O objetivo da palestra é fortalecer a luta contra a violência de gênero, conscientizando a sociedade sobre a importância da denúncia e da prevenção, além de apresentar as ferramentas disponíveis para o combate à violência contra a mulher.

A importância da denúncia

A delegada Maíra Pacheco reforça a importância da denúncia para quebrar o ciclo da violência. “A denúncia é a principal arma para combater essa epidemia”, afirma. “Se você conhece alguém que está sofrendo violência, denuncie. Não se cale. Ajude a salvar vidas”.

Canais de denúncia:

Disque 100: Ligue para o Disque Denúncia da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. O serviço funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana.

Delegacias Especializadas no Atendimento à Mulher (DEAM): Procure a DEAM mais próxima de sua casa.

Central de Atendimento à Mulher: Ligue para o número 180. O serviço funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana.

Lembre-se: A violência contra a mulher é crime. Não se cale! Denuncie!

Outras informações importantes:

A Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006) garante proteção integral à mulher em situação de violência doméstica e familiar.

Existem diversos programas e serviços públicos que oferecem apoio às vítimas de violência, como abrigos, casas de acolhimento, acompanhamento psicológico e jurídico.

A violência contra a mulher é uma questão social complexa que exige ações conjuntas de diferentes setores da sociedade, como governo, empresas, escolas, ONGs e sociedade civil.

Foto: Mary Vasques