19 de setembro de 2024
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Paulo Corrêa alerta que o agronegócio pode entrar em colapso com acúmulo de prejuízos

O agronegócio de Mato Grosso do Sul, especialmente na região centro-sul, enfrenta uma grave crise nos últimos três anos. A seca prolongada, os altos custos de produção e a queda nos preços das commodities resultaram em perdas severas para os produtores rurais, que se veem endividados e com dificuldades de acesso ao crédito. Essa situação coloca em risco o colapso do setor, que é a principal atividade econômica do estado.

O alerta foi feito pelo deputado estadual Paulo Corrêa (PSDB), 1º secretário da Assembleia Legislativa, após reunião com o governador Eduardo Riedel, o vice-prefeito de Maracaju, Mauro Christianini, e produtores rurais do município. O objetivo do encontro foi discutir soluções e medidas emergenciais para o setor.

“O agro no Mato Grosso do Sul passa por um momento muito delicado. São três anos consecutivos em que os produtores da região centro-sul estão acumulando prejuízos, o que é extremamente preocupante. O cenário de seca prolongada, altas temperaturas e custo elevado dos insumos, associado à baixa margem de lucro e às altas taxas de juros praticadas pelos bancos, está inviabilizando o trabalho no campo”, alertou Paulo Corrêa.

Um estudo econômico, elaborado pela MS Integração com base em dados da Aprosoja, Famasul e Embrapa, detalha a severidade das perdas na região centro-sul. A produção de soja e milho safrinha em Maracaju, um dos principais polos agrícolas do estado, foi fortemente impactada. O aumento do custo de produção, a baixa nos preços de comercialização e a redução na produtividade nas últimas seis safras agravaram a situação.

“As últimas seis safras foram devastadoras para o produtor rural. O preço dos produtos caiu, enquanto o custo dos insumos aumentou, além das taxas de juros abusivas que são impagáveis. Há produtores que estão retornando maquinários às vendas porque não conseguem pagar. Se não encontrarmos uma solução urgente, haverá uma quebradeira geral. Se o produtor sofre, Mato Grosso do Sul sofre junto, pois o agronegócio é nossa principal atividade econômica”, pontuou o deputado.

Uma das medidas em discussão é o alongamento das dívidas dos produtores rurais para prazos de 15 a 20 anos, com juros subsidiados. O modelo seria semelhante a programas de securitização anteriores, permitindo que os agricultores reorganizem suas atividades sem o peso das dívidas.

“Não estamos pedindo perdão de dívidas. Queremos apenas um alongamento dessas dívidas, nos mesmos moldes de securitização que ocorreram no passado. Isso permitirá ao produtor continuar produzindo e quitando suas obrigações sem perder crédito, propriedades, máquinas ou outros bens dados como garantia. Buscamos um alongamento da dívida para 20 anos, com juros subsidiados, que permita aos bancos conceder empréstimos, às vendas fornecer insumos e, principalmente, que produza ao produtor condições reais de pagamento”, esclareceu o produtor rural e empresário Valdenir Portela.

O engenheiro agrônomo Roney Pedroso, responsável pelo estudo elaborado pela MS Integração, ressaltou que a situação é crítica e que uma grave crise no campo pode comprometer a saúde financeira do Estado.

“Se o agro não for para bem, podemos enfrentar um efeito preocupante no futuro. Por isso, estamos buscando apoio para atravessar esse momento crítico. Agora, estamos nos articulando com o governador Eduardo Riedel e com o deputado Paulo Corrêa para encontrar soluções que garantam a sustentabilidade do setor e ajudem os produtores a superar as dificuldades sem comprometer ainda mais nossa economia”, finalizou Pedroso