Morre Cid Moreira Lenda da comunicação e da Televisão Brasileira
O Brasil se despede nesta quinta-feira (3) de um dos seus maiores ícones da comunicação: Cid Moreira, o jornalista, locutor e apresentador que marcou gerações com sua voz inconfundível e presença marcante na televisão. Aos 97 anos, ele faleceu no Hospital Santa Teresa, em Petrópolis, na Região Serrana do Rio de Janeiro, após lutar contra uma pneumonia nas últimas semanas.
Cid Moreira era sinônimo de credibilidade, profissionalismo e tradição no jornalismo brasileiro. Sua trajetória na televisão se iniciou em 1951, na Rádio Mayrink Veiga, mas foi no Jornal Nacional, em 1969, que ele conquistou o Brasil. Por 26 anos, Cid comandou o principal telejornal do país ao lado de Sérgio Chapelin, tornando-se um dos rostos mais queridos e reconhecidos do país.
Do Rádio à Televisão: Uma Carreira Ilustrada
Nascido em Taubaté, São Paulo, em 1927, a paixão de Cid Moreira pela comunicação começou no rádio. Em 1944, aos 17 anos, ele foi descoberto por um amigo que o incentivou a fazer um teste de locução na Rádio Difusora de Taubaté. O talento era inegável, e Cid logo se tornou uma voz marcante no rádio, narrando comerciais e trabalhando em emissoras como a Rádio Bandeirantes e a Propago Publicidade em São Paulo.
A mudança para o Rio de Janeiro em 1951 marcou uma nova fase na sua carreira. A Rádio Mayrink Veiga o acolheu, e foi lá que ele deu seus primeiros passos na televisão, apresentando comerciais ao vivo em programas como “Além da Imaginação” e “Noite de Gala”, na TV Rio.
O Início de Uma Era: A Voz do Jornal Nacional
Sua estreia como locutor de noticiários aconteceu em 1963, no “Jornal de Vanguarda”, da TV Rio, marcando o início de sua jornada no jornalismo televisivo. Ele trabalhou em diversas emissoras, como Tupi, Globo, Excelsior e Continental, consolidando sua presença na televisão brasileira.
Mas foi em 1969, com o lançamento do Jornal Nacional, que Cid Moreira se tornou uma lenda. Ele se recordava da estreia com detalhes: “Eu chegava no horário de fazer o jornal, não participava da redação. Eu só ia para apresentar o jornal. Naquele dia, cheguei e vi aquele nervosismo, todo mundo preocupado. E, para mim, era normal. Mas no dia seguinte, vi na capa do jornal O Globo: ‘Jornal Nacional…’ Aí comecei a perceber a dimensão”.
Sua voz, firme e segura, se tornou sinônimo de credibilidade, e seu “boa-noite” diário se tornou um ritual para milhões de brasileiros. A dupla Cid Moreira e Sérgio Chapelin marcou uma época, com a presença imponente de Cid e a voz acolhedora de Sérgio.
Um Legado Que Transcende a Televisão
Cid Moreira não se limitou ao Jornal Nacional. Ele também foi um dos apresentadores do “Fantástico” desde sua estreia, em 1973, e narrou o icônico quadro do Mr. M, que se tornou um grande sucesso do programa. A voz marcante de Cid se tornou tão associada ao quadro que ele entrevistou o próprio Mr. M quando o ilusionista visitou o Brasil.
A partir da década de 1990, Cid Moreira se dedicou à gravação de salmos bíblicos, culminando na realização de seu sonho de gravar a Bíblia na íntegra em 2011. O projeto se tornou um grande sucesso de vendas, demonstrando a versatilidade e a força do legado de Cid Moreira.
Um Ícone que Deixa Saudade
Cid Moreira deixa um legado inigualável na comunicação brasileira. Sua voz, seu carisma e sua presença marcante marcaram a história da televisão brasileira e conquistaram o coração de gerações. Aos 97 anos, Cid Moreira se despede, mas sua história continua viva na memória de todos que tiveram a oportunidade de acompanhar sua brilhante trajetória.
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