Árbitra de futebol registra Boletim de Ocorrência por perseguição contra técnico
Segundo a árbitra, o técnico não aceita que ela apite e quando são homens que apitam os jogos, a situação muda completamente
A árbitra de futebol registrou um Boletim de Ocorrência por perseguição, no último sábado (26), contra o técnico de um time após mais um jogo em que ela comandou. A ocorrência foi registrada após uma partida do Campeonato Metropolitano realizada no Rádio Clube Campo, na capital.
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De acordo com o boletim de ocorrência, a árbitra relatou que, ao ser escalada para dirigir o jogo, o técnico de um dos times começou a desrespeitá-la. Ela expôs que já havia ocorrido desavenças e discussões anteriores, uma vez que o técnico não demonstra respeito pelo fato de a partida ser apitada por uma mulher. Segundo sua declaração, ele frequentemente faz ofensas durante os jogos, especialmente nos momentos mais tensos da partida.
Além disso, a comunicante relatou que, ao final dos jogos, o técnico se aproxima para tirar satisfações, tentando intimidá-la e expondo-a à vista de todos os presentes, o que gera um ambiente desconfortável. Mais intrigante, conforme o registro policial, é que, quando o time é apitado por árbitros homens, a atitude desse técnico muda completamente. Ele até reclama das decisões, mas de forma “ponderada” e respeitosa, sem as ofensas e desrespeito que ela enfrenta.
A árbitra também informou que já tomou as medidas administrativas cabíveis junto à Federação de Futebol e aos organizadores do campeonato, que estão cientes da situação. Apesar disso, as ofensas continuaram a ocorrer, e a resposta do técnico não muda de comportamento. Diante das constantes reclamações e da insistência nas agressões verbais, a juíza tomou a decisão de representar criminalmente contra o técnico mencionado.
Esse caso levanta questões importantes sobre a inclusão de mulheres no esporte, especialmente em cargos de arbitragem, e o respeito à dignidade das profissionais que atuam em um ambiente que, historicamente, tem sido dominado por homens. O episódio também reforça a necessidade de um diálogo mais amplo sobre igualdade de gênero no futebol, garantindo que árbitras e jogadoras tenham seu trabalho respeitado e valorizado.
As autoridades responsáveis agora precisam analisar a situação com urgência, para que ações apropriadas possam ser tomadas em relação ao comportamento inadequado do técnico, garantindo que o esporte seja um espaço de respeito e inclusão para todos.
A árbitra, que busca não apenas se proteger, mas também promover um ambiente de respeito e dignidade no futebol, aguarda desdobramentos sobre sua representação e espera que medidas efetivas sejam implementadas para coibir comportamentos abusivos nos campos dos jogos.
Foto: Arquivo
