7 de dezembro de 2025
BrasilPolítica

Alcolumbre determina arquivamento da PEC da Blindagem depois de derrota na CCJ

Projeto que exigia autorização prévia da Casa para processar parlamentares foi rejeitado por unanimidade na CCJ, considerada inconstitucional.


O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União‑AP), determinou nesta quarta‑feira (24) o arquivamento definitivo da proposta de emenda à Constituição conhecida como “PEC da Blindagem”, após a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) rejeitar o texto por unanimidade, declarando-o inconstitucional.

Segundo Alcolumbre, não há razão para levar a proposta ao plenário, já que o parecer da CCJ inviabiliza legalmente a tramitação. “Esta presidência, com amparo regimental claríssimo, determina o seu arquivamento sem deliberação de Plenário”, afirmou.

Ele ainda elogiou o trabalho do presidente da CCJ, Otto Alencar (PSD‑BA), e do relator da PEC, Alessandro Vieira (MDB‑SE), destacando que o processo seguiu os trâmites legais.

O que era a PEC da Blindagem

A proposta previa alterar a Constituição para que deputados e senadores somente pudessem ser processados criminalmente mediante autorização prévia da respectiva Casa (Câmara ou Senado). A previsão era de que essa autorização fosse decidida por voto secreto.

A Câmara já havia aprovado a PEC, fruto de articulação entre lideranças da Casa e do Partido Liberal (PL). Os defensores do texto argumentavam que ele restauraria prerrogativas originais da Constituição de 1988 e frearia o que chamam de “abuso de poder” do Supremo Tribunal Federal.

Por outro lado, críticos e entidades de combate à corrupção afirmavam que a medida abriria brecha para impedir processos penais relacionados ao uso de emendas parlamentares e outros crimes de corrupção.

Também ocorreram manifestações populares em várias cidades no domingo 21 de setembro, contra a PEC.

Impactos político‑legislativos

– A rejeição da CCJ — por unanimidade — sinaliza que há forte resistência institucional e técnica à proposta. 
– O arquivamento impede que o tema volte à ordem do dia no Senado, salvo nova iniciativa que apresente um novo texto. 
– Para entidades de fiscalização e combate à corrupção, é uma vitória, por manter mecanismos de responsabilização dos parlamentares. 
– Já para quem defendia a PEC, a derrota evidencia o limite de avanços institucionais com respaldo técnico e constitucional.