20 de setembro de 2024
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Morre aos 96 anos Ex-ministro Antônio Delfim Neto

O Brasil perdeu nesta segunda-feira (12) um dos seus mais renomados economistas, Antônio Delfim Netto, que faleceu aos 96 anos de idade. Sua trajetória profissional foi marcada por uma influência significativa na economia do país, tendo ocupado cargos importantes e deixado um legado que atravessou décadas e governos de diferentes espectros políticos.

Delfim Netto foi um dos personagens centrais do período conhecido como “milagre econômico” da ditadura militar, atuando como Ministro da Fazenda durante os governos dos generais Costa e Silva e Médici. Sua gestão foi marcada por medidas que impulsionaram o crescimento econômico do país, mas também por controvérsias, como a assinatura do AI-5, o ato mais repressivo da ditadura.

Após sua atuação no governo militar, Delfim Netto ocupou cargos importantes, como o de embaixador do Brasil na França e os ministérios da Agricultura e do Planejamento durante o governo de João Figueiredo. Sua presença na vida política não se limitou ao regime militar, sendo eleito deputado federal por cinco mandatos consecutivos após a redemocratização do país.

Ao longo de sua carreira, Delfim Netto se destacou pela defesa do investimento estrangeiro, das exportações e pelo incentivo ao crescimento econômico. Sua atuação se estendeu além das fronteiras da economia, influenciando debates políticos e econômicos em diferentes governos, incluindo os de presidentes de diferentes espectros ideológicos, como Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.

No entanto, sua trajetória profissional também foi marcada por controvérsias e polêmicas, como o escândalo financeiro envolvendo o desvio de recursos públicos na época da ditadura militar e as acusações de recebimento de propina no âmbito da operação Lava Jato. Delfim Netto enfrentou acusações e críticas, mas também recebeu reconhecimento por sua contribuição para o debate econômico e político no país.

Além de sua atuação na esfera pública, Delfim Netto também deixou um legado acadêmico, com mais de 10 livros publicados e uma vasta biblioteca pessoal doada à Universidade de São Paulo. Sua contribuição para a economia brasileira e sua influência ao longo de décadas o tornaram uma figura de destaque no cenário econômico e político do Brasil.

Com a partida de Antônio Delfim Netto, o país perde não apenas um renomado economista, mas também uma figura emblemática da história econômica e política brasileira, cujo legado continuará a ser estudado e debatido por gerações futuras. Sua trajetória profissional e sua influência nos rumos da economia nacional marcam um capítulo importante na história do Brasil.

Foto: Reprodução/ Redes Sociais