7 de dezembro de 2025
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Cúpula do G20 se encontra no Rio em busca de Consensos Globais

O Rio de Janeiro recebe a partir desta segunda-feira (18), a Cúpula de Líderes do G20, um evento de magnitude global que reúne 19 chefes de Estado e de Governo, além de representantes da União Europeia e da União Africana. A cidade, palco de exuberante beleza natural e rica história, se transforma no centro das atenções internacionais, enquanto os líderes das maiores economias do mundo se encontram para debater os desafios mais prementes da atualidade. A expectativa é alta, marcada pela necessidade de alcançar consensos em temas cruciais para o futuro do planeta.

O Brasil, que encerra sua presidência do G20, cede o bastão à África do Sul, após um ano marcado por três eixos principais: o combate à fome, à pobreza e à desigualdade; o desenvolvimento sustentável, o enfrentamento às mudanças climáticas e a transição energética; e a reforma da governança global para a resolução de conflitos. A ausência notável será a do presidente russo, Vladimir Putin, representado pelo ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, fato que adiciona uma camada extra de complexidade às negociações, principalmente em temas relacionados à geopolítica.

A ambiciosa agenda brasileira, que se destacou pela inclusão de vozes da sociedade civil, visa a construção de um futuro mais justo e sustentável. A proposta de taxação global dos super-ricos, inspirada nas ideias do economista francês Gabriel Zucman, é uma das principais bandeiras defendidas pelo Brasil. A proposta, que prevê um imposto mínimo de 2% sobre a renda dos bilionários, almeja arrecadar entre US$ 200 bilhões e US$ 250 bilhões anualmente, recursos que seriam destinados ao combate à desigualdade e às mudanças climáticas. Embora tenha o apoio de países como França, Espanha, Colômbia, Bélgica e África do Sul, a iniciativa enfrenta resistência de potências como Estados Unidos e Alemanha, além da Argentina, criando um cenário de negociações complexas.

A participação ativa da sociedade civil foi um diferencial da presidência brasileira. De 14 a 16 de novembro, o G20 Social, uma iniciativa inédita, reuniu organizações sociais, acadêmicos e entidades que elaboraram um documento com contribuições importantes para o debate, documento este que será anexado ao comunicado final da cúpula, demonstrando o compromisso do Brasil com a inclusão e a transparência no processo decisório.

A programação da cúpula é intensa e abrange debates sobre os três eixos principais da presidência brasileira. O primeiro dia será marcado pelo lançamento da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, seguido de sessões sobre a reforma da governança global. O segundo dia focará no desenvolvimento sustentável e transições energéticas, culminando na cerimônia de transmissão da presidência para a África do Sul. Além das sessões plenárias, estão programados jantares e almoços oficiais, além de uma série de reuniões bilaterais entre os líderes, que prometem ser cruciais para a definição de acordos e compromissos.

O Museu de Arte Moderna (MAM), localizado no Aterro do Flamengo, é o palco principal dos debates, sob um forte esquema de segurança que afeta a mobilidade na região. A expectativa é de que a cúpula resulte em compromissos concretos para enfrentar os desafios globais, mas a complexidade das questões em pauta e as divergências entre os países participantes tornam o caminho para o consenso um desafio considerável. O sucesso da cúpula dependerá da capacidade dos líderes em superar as divergências e construir um futuro mais sustentável e equitativo para todos. O mundo acompanha atentamente os desdobramentos deste encontro crucial, que promete moldar a agenda global nos próximos anos.