8 de dezembro de 2025
Polícia

Mãe e Padrasto de Sophia são condenados a 52 anos de prisão

Stephanie de Jesus pega 20 anos e Christian Campoçano 32 anos de reclusão em regime fechado após dois dias de julgamento.

O Júri Popular que julgou o caso Sophia, menina de apenas 2 anos brutalmente assassinada em janeiro de 2023, chegou ao fim na noite de quinta-feira (5), após dois dias de intensos debates e depoimentos chocantes. Stephanie de Jesus da Silva, mãe da criança, e Christian Campoçano Leitheim, seu padrasto, foram condenados a um total de 52 anos de prisão em regime fechado, deixando um rastro de tristeza e indignação em todo o país.

A sentença de Stephanie de Jesus foi fixada em 20 anos de reclusão pelos crimes de homicídio qualificado por omissão e omissão de socorro. A acusação sustentou que a mãe não apenas falhou em proteger Sophia das agressões de seu companheiro, como também ignorou os sinais evidentes de violência sofridos pela menina, omitindo socorro e permitindo que o ciclo de abusos culminasse na sua trágica morte.

Christian Campoçano Leitheim, por sua vez, recebeu a pena mais severa, totalizando 32 anos de prisão. O júri o considerou culpado por homicídio triplamente qualificado, por motivo fútil, emprego de meio cruel e mediante recurso que impossibilitou a defesa da vítima, além do crime de estupro de vulnerável. A pena foi dividida em 20 anos pelo homicídio, 8 anos pelo estupro e 4 anos pelo agravante de ser padrasto da vítima. A promotoria destacou a brutalidade das agressões sofridas por Sophia, comprovadas por laudos periciais que revelaram um histórico de violência física e sexual. A frieza e a perversidade dos atos praticados por Campoçano chocaram a sociedade e foram determinantes para a severidade da pena aplicada.

O julgamento, realizado no plenário do Tribunal do Júri da Comarca de Campo Grande, foi marcado por momentos de grande emoção. Familiares e amigos de Sophia acompanharam os dois dias de debates, muitos deles vestindo camisetas com a foto da menina e clamando por justiça. A defesa dos réus tentou argumentar que as lesões apresentadas por Sophia eram resultado de acidentes domésticos, mas a tese foi refutada pelas provas apresentadas pela acusação, incluindo depoimentos de testemunhas e laudos periciais.

A condenação de Stephanie e Christian representa um importante passo na luta contra a violência infantil no Brasil. O caso Sophia reacendeu o debate sobre a importância da denúncia e da atuação efetiva dos órgãos de proteção à criança e ao adolescente. A tragédia serve como um alerta para a sociedade, evidenciando a necessidade de uma maior atenção aos sinais de violência e a urgência em se romper o ciclo de abusos que vitima tantas crianças no país. A esperança é que a justiça feita para Sophia sirva como um exemplo e ajude a prevenir para que outras crianças não sofram o mesmo destino.