COP30 Lula alerta que Acordo de Paris está longe da meta e convoca líderes mundiais
Em Belém, nesta sexta-feira (7), durante a sessão temática da cúpula do clima que antecede a COP30, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o Acordo de Paris “ainda está longe” de cumprir a meta de limitar o aquecimento global a 1,5 ºC e fez um apelo às lideranças globais para intensificarem as ações e o financiamento climático.
Lula ressaltou que, embora cerca de 100 países — respondendo por quase 73% das emissões globais — já tenham enviado suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), o planeta caminha para um aquecimento de cerca de 2,5 ºC. Ele questionou: “Estamos realmente fazendo o melhor possível?” — respondendo: “A resposta é: ainda não.” O presidente destacou que regiões como América Latina, Ásia e África são as que mais correm risco de se tornarem inabitáveis nas próximas décadas, e apontou que políticas de financiamento ainda seguem como empréstimos em vez de apoio direto aos países em desenvolvimento.
Financiamento climático: Lula citou o chamado Mapa do Caminho Baku-Belém, que visa garantir US$ 1,3 trilhão ao ano para mitigação e adaptação — hoje, a maior parte dos recursos ainda é oferecida aos países em desenvolvimento na forma de empréstimo.
Comunidades tradicionais: O Brasil defende que o papel dos povos indígenas e comunidades tradicionais seja reconhecido como mecanismo de mitigação das mudanças climáticas.
Multilateralismo e tributação das grandes fortunas: Lula reforçou que o combate às mudanças climáticas exige cooperação global e propôs a tributação de grandes fortunas e corporações como mecanismo gerador de recursos para a ação climática.
A COP30 ocorrerá de 10 a 21 de novembro de 2025 em Belém (PA). O discurso de hoje reforça que o Brasil busca assumir papel de protagonismo no evento, posicionando-se não apenas como país com agenda ambiental relevante, mas também como ponte entre o Norte e o Sul global. A fala de Lula destaca o compromisso do Brasil com o enfrentamento da crise climática e a necessidade de responsabilidade compartilhada entre as nações.
