7 de dezembro de 2025
EducaçãoTecnologia

Robótica Educacional transforma a aprendizagem nas escolas estaduais de Mato Grosso do Sul

Tecnologia e inovação fortalecem o protagonismo estudantil e desenvolvem competências digitais na rede pública de ensino
O Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, por meio da Secretaria de Estado de Educação (SED), tem investido em programas que unem tecnologia, inovação e aprendizagem significativa. Entre as iniciativas mais transformadoras está o Programa de Robótica Educacional, que vem sendo implantado em diversas escolas da Rede Estadual de Ensino e já apresenta resultados concretos na melhoria do desempenho dos estudantes.

O projeto tem como objetivo estimular o pensamento computacional, a criatividade e a capacidade de resolver problemas reais, aproximando os alunos da aplicação prática da tecnologia em diferentes áreas do conhecimento. A robótica, nesse contexto, é uma ferramenta essencial para desenvolver as habilidades previstas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e na BNCC Computação (2022), relacionadas ao pensamento científico, crítico e criativo.

As escolas contempladas receberam Laboratórios de Robótica Educacional com kits compostos por maletas com peças de encaixe, conectores, motores, sensores, pilhas e baterias. Os materiais permitem a criação de artefatos programáveis, guiados pela intencionalidade pedagógica de cada professor, tornando a sala de aula um espaço de experimentação, colaboração e descoberta.

A professora coordenadora de práticas inovadoras, Rita de Cássia Lanza, explica que o projeto começou em 2022, quando a escola recebeu os primeiros kits e passou por formações específicas para uso dos equipamentos.

“Os kits são compostos por controladoras, placas Arduino, sensores de presença, toque e de linha, além de livros didáticos. Com eles, os estudantes constroem diferentes tipos de robôs e desenvolvem projetos que envolvem física, matemática e programação”, detalha.

Segundo Rita, os resultados já são visíveis:

“Depois da implantação do projeto, observamos melhora no desempenho dos estudantes, principalmente em física, e um entusiasmo maior em aprender”, relata.

A escola também prepara a inauguração de um espaço maker, onde será realizado o primeiro campeonato interno de robótica, com participação de jurados da Olimpíada Brasileira de Robótica (OBR).

Para a estudante Caroline Lopes Alves da Silva, de 16 anos, a robótica despertou um novo interesse pelos estudos.

“No começo eu só acompanhava um colega nas aulas, mas acabei gostando. A robótica estimula o raciocínio e a criatividade. Às vezes, começo a montar as peças e surge uma ideia nova”, conta.

Ela destaca que as atividades ajudam na compreensão de disciplinas como física e matemática.

“Quando a professora usa a robótica como exemplo nas aulas de física, fica muito mais fácil entender. A gente reconhece na teoria o que vivencia nas montagens”, completa.

Já o estudante Willer Gomes dos Santos, de 17 anos, vê na robótica a oportunidade de transformar curiosidade em conhecimento.

“Sempre gostei de montar e desmontar coisas. Na escola, aceitei participar do projeto e aprendi bastante sobre motores e montagem. Já construí um robô de limpeza com meus colegas. É muito legal ver o robô funcionando depois de tanto esforço”, relata.

Para João Augusto Rossato da Silva, também de 16 anos, o diferencial da robótica é o aprendizado colaborativo.

“A robótica é uma aula diferente, porque a gente aprende fazendo. Programamos os robôs e trabalhamos em grupo, o que torna tudo mais divertido e desafiador”, afirma.

A Robótica Educacional faz parte de uma estratégia mais ampla da SED, alinhada à Política Nacional de Educação Digital (Lei Federal nº 14.533/2023), que garante a inserção da educação digital nas escolas. O programa também dialoga com o Plano Estadual de Educação, especialmente com a meta 7, estratégia 7.15, que prevê o fortalecimento de práticas inovadoras e o uso de tecnologias na educação básica.

Mais do que ensinar a programar ou montar robôs, o projeto coloca os estudantes no centro do processo de aprendizagem formando jovens criadores de tecnologia, e não apenas consumidores dela.

Com iniciativas como essa, Mato Grosso do Sul consolida-se como referência em educação pública inovadora, preparando seus alunos para os desafios da era digital e para construir soluções reais para o mundo em que vivem.