7 de dezembro de 2025
Manchete

Caso Jair Bolsonaro prisão preventiva após violação da tornozeleira

Jair Bolsonaro deixa prisão domiciliar e começa a cumprir sentença na Polícia Federal após violar tornozeleira eletrônica

O ex-presidente Jair Bolsonaro deixou a prisão domiciliar neste fim de semana e começou a cumprir a pena determinada pela Justiça no regime fechado — em unidade da Polícia Federal — após ser flagrado tentando violar a tornozeleira eletrônica que usava como medida cautelar. A decisão marca nova fase no cumprimento da condenação de 27 anos e três meses por envolvimento na trama golpista de 2022.

Instalação da tornozeleira eletrônica e prisão domiciliar

  • Em agosto de 2025, Bolsonaro passou a cumprir prisão domiciliar como medida cautelar, após decisão judicial.
  • A tornozeleira eletrônica e restrições de circulação faziam parte das condições estabelecidas pela Justiça.

Tentativa de violação da tornozeleira

  • Na madrugada de sábado (22) o monitoramento detectou irregularidades: a tornozeleira eletrônica usada pelo ex-presidente foi danificada — em princípio, por tentativa de remoção com um ferro de solda, segundo relatório oficial.
  • Bolsonaro admitiu, em audiência de custódia, ter tentado violar o equipamento, alegando “paranoia” causada por medicação.

Conversão da prisão domiciliar em prisão preventiva

  • Diante da violação da tornozeleira e do risco de fuga — agravado por convocação de “vigília” por apoiadores nas proximidades de sua residência — a Justiça converteu a prisão domiciliar em prisão preventiva.
  • A decisão foi confirmada por unanimidade pela turma do tribunal competente.

Cumprimento da pena pela Polícia Federal

  • Desde sábado, Bolsonaro está custodiado em sala da Polícia Federal, em Brasília — local que possui condições de prisão diferenciadas, com cela individual equipada com cama, ar-condicionado, frigobar, entre outros itens.
  • O ato marca o início de sua pena de 27 anos e três meses de prisão, por sua condenação na trama golpista.

Contexto Jurídico e Político Atual

  • Bolsonaro foi condenado em setembro de 2025 por liderar organização criminosa armada, tentativa de golpe de Estado e crimes correlatos.
  • A defesa chegou a pedir que ele cumprisse a pena em casa, alegando problemas de saúde — com histórico de cirurgias e sequelas.
  • Com a violação da tornozeleira, a Justiça entendeu que houve comportamento incompatível com os termos da prisão domiciliar e risco concreto de fuga, o que motivou a prisão preventiva.

Repercussão e Desdobramentos

  • A conversão da prisão domiciliar em preventiva reacende o debate sobre o uso de medidas cautelares e monitoramento eletrônico para políticos — especialmente ex-chefes de Estado.
  • Entre apoiadores, há manifestações contrárias à decisão, que classificam a prisão como perseguição política; por outro lado, juristas e parte da sociedade veem como demonstração da força da Justiça diante de ameaças à democracia.
  • O caso gera atenção internacional, reforçando a gravidade da condenação para um ex-presidente brasileiro e suas implicações para o sistema democrático.

A transferência de Jair Bolsonaro para uma unidade da Polícia Federal marca um novo capítulo no desfecho judicial de um dos processos mais importantes da história recente do Brasil. A violação da tornozeleira eletrônica — ato que precipitou a decisão — evidencia os riscos e desafios do uso de monitoramento eletrônico em casos de alta complexidade. Agora, com pena a cumprir, o ex-presidente inicia a fase de execução da sentença, e resta observar como serão as próximas reações no campo político e judicial.